O jogo da imitação é uma narrativa baseada numa história real, que foi mantida em segredo de estado por mais de cinquenta anos. Ela se inicia em 1951, na cidade de Manchester, Inglaterra, com o relato da invasão da casa de Alan Turing, um pesquisador e professor de matemática no Colégio Real Cambridge.
Alan Turing se apresenta |
Equipe de gênios |
Enigma |
Transcrição das comunicações codificadas |
As dificuldades, impostas pelo seu superior – o comandante que o contratou – em criar a máquina e a falta de apoio, levam Turing a reagir. Ele entra em contato com uma das autoridades superiores ao seu comandante, e recebe condições de seguir com o seu plano. Ele assume o comando da equipe, e acaba dispensando alguns dos companheiros.
Algo que reflete na personalidade de Turing, é que, no período escolar, ele já demonstrava que suas diferenças e acabava sofrendo bullying por parte dos colegas. As marcas dos maus tratos fizeram com ele tivesse uma quantidade muito reduzida de amigos, quase zero. Mas, ele tinha um grande amigo, que o ajudava com palavras motivadoras.
Alan com seu amigo Christopher |
Detalhe da máquina decodificadora |
Quando as coisas pareciam ir bem, Turing foi chamado à delegacia para prestar esclarecimentos sobre uma suposta descoberta a seu respeito. Oficiais da polícia estavam insatisfeitos com os mistérios da vida de Alan, e assim, permaneceram investigando-o a fim de descobrir algo, algo que pudesse incrimina-lo. Foi então, que descobriram uma provável homossexualidade, o que, na época, mediante as regras sociais, era ilegal e passível de condenação, por indecência.
Numa noite de descontração, tomando alguns drinques e conversando, Alan, seus parceiros de trabalho e uma jovem moça, que recebia informações codificadas de um alemão, deixou escapar uma importante característica do comportamento nas mensagens. Essa descoberta foi um grande passo para acelerar as atividades da máquina, eles puderam reconfigura-la e, assim, reduziram muito tempo de decodificação. O sucesso, no trabalho de dois anos, era iminente. E de fato foi. Eles conseguiram decifrar o primeiro código.
Mesmo diante da descoberta dos códigos, foi estabelecido um esquema de segredos e manipulações de informações, onde alguns aproveitavam para manipular estrategicamente os ataques para que o inimigo não descobrisse que já estavam sendo decodificados. Foi assim, que a equipe pôde ajudar a outras nações a vencerem a guerra, fornecendo dados controlados, a fim de que não fosse descoberto o esquema tático. Enquanto alguns acreditavam que tudo poderia ser resolvido de imediato, com a revelação da descoberta, outros tinham o poder de manipular e controlar os dados e as informações. Muita gente morreu. E a guerra perdurou por mais dois anos. A vitória foi alcançada, sob essa rede de manipulação, mediante o esquema em que se acreditava que, assim, o segredo da decodificação estaria seguro e não ofereceria o risco de estragar a estratégia da vitória sobre a Alemanha.
Joan Clarke |
As lembranças da infância de Turing são muito marcantes. O fato de colocar o nome de seu melhor amigo em sua máquina revela um amor que ele sentia e mantinha em segredo. Christopher havia falecido ainda na adolescência, durante as férias escolares, ele estava doente e sabia que em breve morreria, mesmo assim, decidiu em não compartilhar essa informação com o amigo. Ao saber de sua morte, Alan sofreu muito.
Por fim, a condição do homossexualismo foi descoberta, e mesmo diante de todas as conquistas feitas para o fim da guerra, Alan foi condenado por indecência. Sua penalidade foi condicionada a dois anos de prisão ou terapia hormonal – a castração química – sob sua escolha. Ele preferiu a castração química, o que desencadeou distúrbios em seu corpo e um forte abalo psicológico. Depois de um ano de terapia obrigatória, aos 41 anos de idade, Alan Turing cometeu suicídio, em 1954.
É possível perceber que o autor do filme busca desenvolver um relato sobre a essência da história. Ao ser revelado o envolvimento do protagonista com a grande questão social contemporânea – a guerra. Alan Turing se destaca no contexto histórico por sua participação ativa, que forneceu grande influência para o desenvolvimento da tecnologia usada nos dias atuais. Mesmo diante da expressiva notoriedade - antes mesmo da guerra - sua vida privada foi investigada, violada e sua questão particular exposta e, ainda mais, desconsiderando-se os grandes feitos, a imensa colaboração tecnológica para o país e o fim da guerra, foi desvalorizado e condenado sem o direito de receber, em vida, as honras ao mérito.
Esse filme deve ser visto por todas as pessoas que buscam o desenvolvimento profissional e pessoal, tanto como sendo portador de conhecimentos e ativo na construção de tecnologias, quanto na condição de agente que está inserido numa sociedade que se desenvolve continuamente.
Sendo assim, fica evidente a necessidade de se desenvolver tecnologias para as sociedades e, concomitantemente, desenvolver a consciência de que é preciso respeitar as várias formas do ser humano, suas fragilidades, seus defeitos, suas limitações, bem como, reconhecer e valorizar suas habilidades e competências intelectuais.
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2 Comentários
Amei ver esse filme! Especialmente porque teve Benedict Cumberbatch como o personagem principal. É um grande ator que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém o vi no trailer de Brexit inclusive a passarão na TV. sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinária, em minha opinião é o ator mais completo da sua geracao, e o filme vai ser um dos melhores filmes de drama na TV mas infelizmente não é reconhecido como se deve neste filme. Acho que se consolidou como ator e conseguiu encantar ao espectador. Vale a pena. Cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção.
ResponderExcluirQue bom que gostou do filme, Andrea!
ExcluirEu também gostei muito. Achei ele muito expressivo.
Obrigado pelo comentário!
Abraço!