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Resenha do filme EXTRAORDINÁRIO





O filme extraordinário relata a, surpreendente, história de August Pullman, o Auggie, um garoto que nasceu com um problema genético e que resultou numa deformidade facial, fazendo com que ele passasse por 27 cirurgias plásticas. Auggie sempre estudou em casa, e sua mãe, Isabel Pullman, foi a responsável por ensinar-lhe as séries iniciais, mas, aos 10 anos de idade, ele passa a frequentar uma escola regular, do ensino fundamental II. Seu ingresso na escola trouxe uma bagagem de emoções, conflitos e muitas barreiras a serem vencidas.



Isabel abriu mão de sua carreira de ilustradora e se dedicou inteiramente a cuidar de Auggie. Em todos os momentos ela se faz presente, visando o bom desenvolvimento de seu filho.

Auggie sempre teve consciência de sua condição estética, mas isso nunca o impediu de brincar e viver as peripécias que toda criança tem, pelo menos no seu mundo, onde sempre esteve guardado e protegido: sua paixão, o espaço sideral.




A decisão de que Auggie deveria frequentar a escola foi de sua mãe, no entanto, seu pai, Nate Pullman, estava preocupado e temia pelas consequências dessa nova jornada. Auggie era muito consciente dos olhares dos curiosos e afirmava que tudo era normal, que ser encarado como algo diferente era normal. Mas, na verdade, isso sempre lhe trazia dor.

No período de matrícula escolar, Auggie foi à escola e conheceu o diretor, o Sr. Tushman, mais conhecido como o Sr. Buzanfa, que solicitou três dos seus alunos para fazer a recepção e apresentar a escola ao pequeno garoto, foram eles, Jack Will, Julian e Charlotte. 

No primeiro dia de aula, a expectativa é grande e Auggie precisa encarar a jornada com força e todo o apoio que recebe da família. Ele é, realmente, uma criança genial, ao estabelecer uma conexão com seu universo seguro, pra manter a sua mente tranquila e livre dos obstáculos reais. Porém, nem sempre isso é possível.

Durante a primeira aula, o professor, Sr. Browne, pede para que os alunos digam duas coisas pessoais, que achem ser importantes, para que os demais saibam. Auggie foi um dos selecionados, e muito timidamente, se apresenta e fala à turma. Nesse ponto, já é possível perceber que o Julian não é uma criança de boas ações e quer se aproveitar da situação para ridicularizar o novo colega.



A turma tem o hábito de, a cada mês, ter um preceito lido, algo valorativo, e a aluna Summer é quem faz a leitura: “Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil."

Ao chegar em casa, as marcas do primeiro dia já podem ser vistas. O comportamento de Auggie muda e a família precisa ajudá-lo a contornar a situação.

Um aspecto muito importante do filme, também, é a apresentação do posicionamento que alguns personagens têm diante da vida de Auggie. Como no caso a de sua irmã Olívia, a Via, que, mesmo deixada de lado, em muitas circunstâncias, demonstra um grande amor pelo irmãozinho, desejado desde os seus quatro anos de idade. Via enfrenta muitas dificuldades, decorrentes das condições especiais do irmão, mas, mesmo assim, ela se mantém uma menina graciosa.



Auggie é um menino muito inteligente e afetivo. Mesmo diante das dificuldades, ele é capaz de conquistar e se permitir ser conquistado. Ao ajudar o colega Jack Will, durante uma prova, ele demonstra a essência de bondade que existe em seu coração, e, consequentemente, passa a ganhar espaço no coração do novo amigo.

Toda amizade está sujeita a sofrer influências, sendo assim, com a amizade de Auggie e Jack não seria diferente. A cobrança dos outros amigos de Jack pela sua relação com Auggie, julgada como uma tolice, o colocariam barreiras e apresentaria um posicionamento duvidoso do garoto, que chega a negar a amizade. Ao saber disso, Auggie perde a confiança no, até então, amigo, fica decepcionado e muito triste. O apoio de sua irmã Via é crucial nesse momento. Além do mais, ele ganha uma nova amiga, a meiga, Summer.

Jack é um menino de bom coração, ele foi um dos escolhidos pelo Sr. Buzanfa para mostrar a escola ao Auggie, por ter uma boa reputação, mas, diante das influências do preconceito dos colegas acabou se corrompendo e agindo de forma desonesta, consigo mesmo e com o novo amigo. Mas nem tudo está perdido, Jack sabe reconhecer um bom amigo.



Via, também tem uma amiga, a Miranda, que passa por um momento delicado, porém, todas as dificuldades direcionam as amizades a situações que só favorecerão o fortalecimento dos relacionamentos.

Miranda e Via são amigas desde o jardim de infância, ela sempre se sentiu parte integrante da família, assim também, o Auggie como seu irmão caçula. Na verdade, as duas famílias foram amigas por muito tempo. Quando os pais de Miranda se divorciaram ela passou a sofrer, e, em virtude disso, fantasiou para as amigas, uma família que não era a dela, porém, a da amiga Via. Isso a tornou popular e ganhou atenção de muitos, mas, no seu interior, ela sabia que essa, não foi uma atitude legal. No fundo, Miranda é uma garota de bom coração.

As aulas do professor Browne são sempre cheias de aprendizagem para a vida, numa delas a aluna Summer é estimulada a dar uma resposta que reflete na consciência das crianças. Então, Jack desperta e pede a opinião da amiga sobre o porquê de Auggie está diferente e não querer mais a amizade dele. Então, ela o orienta a procurá-lo e perguntar pessoalmente, e, ainda dá uma dica do que, realmente, aconteceu. Recordando, Jack decide fazer o que é correto e parte ao processo de reconciliação com o amigo, não aceitando mais as ofensas direcionadas a Auggie.



Via vinha participando de um grupo de teatro da escola, quando chegou o período de apresentação, ela e sua mãe, por algum motivo, não quiseram que Auggie fosse assistir. Ele percebeu e de imediato ficou triste acreditando que a sua aparência seria o principal motivo. Durante a discussão familiar, sua cadelinha de estimação, Daise, passa mal e precisa ser levada ao veterinário, que apesar do socorro, e por ser velhinha, não resiste e morre. O sentimento de Auggie é de muita comoção e tristeza por se tratar de uma amiga – ele a considerava uma amiga – de uma vida toda, de vários momentos marcantes, e principalmente, pela dificuldade de se encontrar um amigo de verdade.

A decisão de Jack em reconciliar a amizade com Auggie é marcada por uma situação em um jogo virtual, em que os personagens podem estabelecer um diálogo. E é aproveitando o ambiente virtual, que o garoto toma a inciativa de saber o que pode ser feito para a efetiva reconciliação da amizade. Os primeiros passos foram dados.

Auggie vai assistir a apresentação de Via, que assume o papel principal, por intermédio da amiga Miranda, e é um sucesso. 

A reconciliação de Auggie e Jack resulta num projeto de ciências de sucesso na escola. Eles até recebem o prêmio de melhor projeto escolar. Como consequência disso, o bulling, por parte de Julian, se intensifica e causa uma situação de extremo desconforto. Ao ser chamada à escola, a família de Julian acaba revelando, também, a sua posição de preconceito e intolerância diante da causa da criança, mas, graças ao correto posicionamento de Sr. Buzanfa, essa situação é inadmissível, o bulling na escola é intolerável e as medidas cabíveis são tomadas. No final do inconveniente e depois de perceber a real consequência dos atos, Julian afirma sentir muito pelo ocorrido.



Durante um passeio escolar, Auggie e Jack se deparam com mais uma situação desagradável, onde alguns meninos, mais velhos, resolvem criticar Auggie por sua aparência. Eles são agredidos e, em meio à situação, socorridos por outros colegas da escola que observam a movimentação e decidem ajudar. Esse ato de coragem deu abertura a um mover e um ressignificado do que é o verdadeiro companheirismo, o significado do ser amigo de verdade.

Auggie se forma e recebe das mãos do Sr. Buzanfa o ultimo prêmio do ano, a medalha de honra que é destinada aos alunos que se destacaram ou que foram exemplares. O Sr. Buzanfa complementa citando um texto que o fez perceber que o bom trabalho vem de várias formas: “A grandeza, não está em ser forte, mas no uso correto da força. Grande é àquele cuja força conquista mais corações pela atração do próprio coração”.

Auggie, com uma força discreta, conquistou a maioria dos corações, e recebeu os aplausos de todos. Ainda deixou em destaque, o último preceito aprendido na escola: “Seja gentil, porque todo mundo enfrenta uma batalha. E se realmente quiser ver com as pessoas são, só o que precisa fazer é olhar”.

Ele foi verdadeiramente, um extraordinário.



Claramente, o auto da obra consegue transmitir a sua ideia. Tendo em vista que existe a necessidade de se construir na sociedade, em geral, o valor e a primazia de que é fundamental, o ser humano, ter a capacidade de reconhecer o valor do outro – também ser humano – independentemente de qualquer limitação física ou mental, ou de qualquer outra natureza. É de extrema importância a construção e o fortalecimento de uma mentalidade que seja reflexiva, que saiba discernir entre a insensatez e o bom senso, a boa convivência, a autoanálise e valorização da vida, que se dá através do respeito e do amor ao próximo.
Salientando, também, que o valor que se atribui à vida é uma condição de reconhecimento do estar sujeito, também, a toda e qualquer situação. Afinal, todas as pessoas têm a mesma origem e o mesmo fim. 

Este filme deverá ser visto por todos os profissionais da educação, por profissionais de áreas que atuam com desenvolvimento pessoal, como, por exemplo, a psicologia, acadêmicos de todos os cursos de licenciatura, ressaltando a necessidade de se construir nos alunos e em toda a comunidade escolar uma consciência reflexiva sobre os aspectos importantes ligados à vida; pais e mães que desejam compreender melhor o desenvolvimento de seus filhos, e como ajuda-los na árdua jornada da vida; deverá ser visto, também, por todas as pessoas que, de alguma forma, estão á procura de um desenvolvimento pessoal, visando se tornar alguém realmente significativo, ou seja, desejando ocupar uma posição de valor na vida.


Referência:

Título: Extraordinário | Ano de Lançamento: 2017 | Direção: Stephen Chbosky | Distribuidor: Paris Filmes


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8 Comentários

  1. OLIVIA CRISTINA LIMA SANTANA20 de agosto de 2018 às 16:17

    A resenha do filme Extraordinário está excelente!

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  2. Filme lindo!!!
    Eu amei demais!!! ❤

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  3. Sua resenha é uma verdadeira obra-prima! A maneira como você estruturou a análise é exemplar, oferecendo uma visão profunda e reflexiva sobre a valorização do ser humano. A ênfase que você coloca na importância do respeito, da empatia e do amor ao próximo é comovente e extremamente relevante. Além disso, a sua habilidade em destacar o filme como uma ferramenta poderosa para inspirar reflexões e promover a compreensão e aceitação das diferenças é impressionante. Sua resenha não só ilumina o impacto do filme, mas também serve como um modelo inspirador para qualquer análise crítica. Parabéns pelo excelente trabalho!

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    1. Olá meu caro, muito obrigado!
      Fico feliz em saber que gostou. Obrigado pelo comentário!
      Deus abençoe tua vida!

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  4. Meu professor de Antropologia III me recomendou que, para fazer uma boa resenha, a melhor dica seria ler outras resenhas. Seguindo essa sugestão, procurei resenhas de antropologia e de outros temas e encontrei a sua, que me ajudou muito a estruturar e desenvolver a minha. Foi de grande ajuda e, no final, tirei 9,5, o que me ajudou a passar na disciplina. Muito obrigado por ter me ajudado de coração.

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    1. Que maravilha saber disso, que pude ajudar!
      Da mesma forma, teu comentário me ajuda a saber que posso continuar com novas publicações!
      Muito obrigado por compartilhar a tua experiência.
      Abraços!

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